O Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) vai criar este ano um centro de procriação medicamente assistida e o primeiro “bebé proveta” do interior do país deverá nascer em 2010, adiantou à Agência Lusa o presidente da instituição.
“É um dos próximos desafios que temos pela frente”, referiu João Casteleiro, à margem do nono aniversário do CHCB.
“O Governo decidiu criar a valência, que até agora só existe nos grandes centros”, realçou. O CHCB já tem sinalizadas “centenas de pessoas” com problemas de fertilidade e que segundo aquele responsável “já vão beneficiar desta medida”.
Para justificar a iniciativa, João Casteleiro recorda os trabalhos feitos pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade da Beira Interior, concluindo que "existem pelo menos 1311 mulheres, entre os 30 e 50 anos de idade, casadas, sem filhos e com problemas de fertilidade”, nos distritos de Castelo Branco e Guarda.
Ate à implantação no útero de um óvulo fecundado - o que deverá acontecer pela primeira vez no CHCB ainda este ano -, são feitas várias consultas que obrigam qualquer beirã a uma deslocação mínima de 200 quilómetros, viagem de ida e volta, até um centro mais próximo, em Coimbra.
Para que o serviço comece a trabalhar, faltam obras e dar formação à equipa. “Vão ser profissionais da casa e um especialista que vem do exterior” para constituir um grupo qualificado de meia-dúzia de pessoas, intimamente ligado aos serviços de ginecologia e obstetrícia”.
“Se a equipa estiver a funcionar em Março ou Abril, seria óptimo”, conclui João Casteleiro.
O Centro Hospitalar da Cova da Beira está a celebrar o novo aniversário. Em 2000, o Hospital da Covilhã deixava instalações centenárias e sem condições, para se mudar para um espaço moderno, que hoje está lado-a-lado com a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior.
“Sem boas condições de trabalho, é muito mais difícil captar profissionais, em especial para o interior”, referiu João Casteleiro. Em 2000, o CHCB tinha 70 médicos, hoje conta com 140.
O presidente do CHCB refere que as melhorias estão reflectidas nos números da produção hospitalar.
“Entre 2000 e o último ano, passámos de 56 mil para 135 mil consultas, um aumento de 141 por cento. O número de intervenções cirúrgicas cresceu de 2200 para 3500, ou seja, subiu cerca de 60 por cento”, exemplificou.
in sapo/lusa
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