sábado, 7 de março de 2009

SALÁRIOS NO FEMININO

Uma em cada dez mulheres ganha o salário mínimo

Salários. O salário mínimo tem muito maior incidência entre as mulheres: 9,7% são abrangidas, contra 4,6% de homens. Os dados do Governo sugerem que a disparidade no rendimento médio terá estabilizado nos últimos anos. Já os números do INE apontam para um agravamento

Nos homens, a proporção é de um em cada 20

Uma em cada dez mulheres ganha o salário mínimo. Os dados mais recentes do Ministério do Trabalho, relativos a Abril de 2008, apontam para uma forte disparidade na incidência do rendimento mais baixo: 9,7% das mulheres, contra 4,6% nos homens. Com o aumento do salário mínimo no início do ano para 450 euros, esta proporção terá subido.

Esta maior incidência do salário mínimo sobre as mulheres poderá estar relacionada com as actividades em que é mais frequente: no alojamento e restauração (11% dos que trabalham a tempo completo por conta de outrem), na indústria transformadora (8,4%) e no comércio (7,9%).

Portugal é, tradicionalmente, um dos países onde a disparidade a este nível é mais acentuada. Em 2007, com um diferencial entre géneros de 4,3 pontos percentuais, Portugal era o segundo país com maior disparidade, mostram dados do Eurostat. A comparação, referida no último relatório de conjuntura do Ministério do Trabalho, mostra que só o Luxemburgo superava essa diferença, num conjunto de 15 países analisados.

O nível de rendimento assegurado por estes dois países é, contudo, completamente distinto: apesar do acordo assinado entre o Governo e os parceiros sociais, que tem garantido aumentos acima da inflação, o valor do salário mínimo português continua a ser o mais baixo na Zona Euro, quer a comparação seja feita em termos absolutos quer em paridade de poderes de compra. O Luxemburgo, pelo contrário, garante o valor mais elevado na Europa (1570 euros por mês), revela um estudo do gabinete estatístico da União Europeia.

Desigualdade persiste?

Como tem evoluído a disparidade entre o rendimentos médio de homens e mulheres? Os dados do Governo apontam para uma relativa estabilização, enquanto a informação do Instituto Nacional de Estatística (INE) denuncia um agravamento.

Segundo a informação do Gabinete de Estratégia e Planeamento (Ministério do Trabalho), em Abril do ano passado os homens ganhavam, em média, 1186 euros, enquanto as mulheres recebiam 895 euros por mês. As trabalhadoras ganhavam 75,4% do que ganhavam os homens. Esta proporção representa um ligeiro aumento face a 2007 (duas décimas), mas uma redução face a 2004. Estes dados referem-se aos ganhos, ou seja, ao montante ilíquido, antes da dedução de contribuições e impostos, que inclui prémios e todo o tipo de subsídios. Já a informação do Instituto Nacional de Estatística (INE), que apresenta valores diferentes, refere-se ao rendimento líquido e sugere um agravamento nas diferenças salariais.

No ano passado, segundo dados apurados no Inquérito ao Emprego, as mulheres recebiam, em média, 670 euros por mês, correspondente a 81,9% do que o que ganhavam os homens. Em 2005, a proporção chegou a ser de 84,7%, mas desde então tem vindo progressivamente a descer.

in diário de noticias

Sem comentários: